Eleições na Previ: Márcio de Souza defende a gestão compartilhada

A eleição para Diretor de Planejamento da Previ começa no dia 26 de agosto e os candidatos já estão em franca campanha. O pleito é realizado para ocupar a vaga que está em aberto desde junho, com a renúncia de Décio Bottechia Jr. Doze sindicatos filiados à Fetraf-RJ/ES apoiam a candidatura de Márcio de Souza, que concorre com o número 7.

Márcio de Souza se propõe a representar os interesses dos associados do fundo de pensão dos empregados do BB, zelando por seu caráter coletivo. “A Previ não nasceu de uma mente iluminada, nem de uma iniciativa da diretoria do banco. Ela nasceu de um esforço coletivo dos funcionários, em 1904, como forma de garantir bem estar aos trabalhadores do Banco do Brasil e seus familiares. A finalidade do fundo não é dar retorno para acionistas, mas pagar benefícios de aposentadoria e pensão”, defende o candidato.

A Diretoria de Planejamento é um cargo que deve ser preenchido, necessariamente, por um representante eleito pelos associados e a tarefa de seu ocupante é planejar as políticas de investimentos da Previ e monitorar sua execução. A gestão dos investimentos é feita por diretores indicados pelo banco, que é o patrocinador. “É importante que o diretor de planejamento saiba de que lado está, que defenda os interesses dos associados. Minha candidatura tem esta característica e nasce de um projeto coletivo, das entidades representativas, tanto do pessoal da ativa, quanto dos aposentados e pensionistas. Nossa plataforma é a mesma que já foi aprovada na eleição de maio deste ano, que colocou Marcel Barros na diretoria de Seguridade”, esclarece o candidato.

A Previ foi pioneira, no Brasil, na instituição da gestão paritária, que determina que não somente os conselhos tenham representação dos funcionários, mas também a direção executiva. Este modelo de gestão, que já está em vigor desde 1997, tem sido responsável não só pela transparência na administração, como por avanços importantes, a exemplo do atual resultado do fundo, que tem um patrimônio de cerca de R$ 167 bilhões. “Este modelo precisa ser mantido, para que sejam garantidos tanto os interesses dos associados, como os interesses do patrocinador, de maneira equilibrada”, defende Márcio de Souza.

A gestão paritária da Previ é tão bem sucedida que foi apontada pela CPI dos Fundos de Pensão como exemplar. Mesmo assim este modelo está sob ameaça, com o PL 268, que já passou no Senado e está tramitando na Câmara. Segundo o projeto, os representantes dos associados seriam em menor número, sendo os demais cargos ocupados por profissionais do mercado. “Acabar com a eleição para diretores não é o melhor caminho para melhorar a governança. O que já ficou claro é que o modelo da Previ deveria ser transformado em lei e aplicado por todos os fundos de pensão”, defende Márcio de Souza.

A defesa da gestão compartilhada é uma das estratégias principais de todos os participantes de fundos de pensão, principalmente das estatais. “O mercado e os patrocinadores não têm interesse em preservar os fundos, esta é uma luta dos trabalhadores. É importante que os associados de todos os fundos de pensão pressionem os deputados a não aprovar o projeto que veio do Senado”, ressalta Márcio de Souza. “E eu estarei nesta trincheira de luta para garantir as conquistas da Previ”, conclui o candidato.